sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Dia Tirste

Um dia triste (quinta feira, 27 de agosto de 2009).
Pelo menos para mim.

(Esta tudo bem, não é nada de mais este post aqui só fala de uma desilusão de mãe que jurava que seria capaz de não cometer certos "erros" com seus filhotes.)

Meu coração está despedaçado dentro de mim... pindurado por gotinhas de sangue que lutam para não deixa-lo desfazer-se de uma vez e sumir para sempre de dentro do meu peito.

Está doendo. Demais.

E o pior...

A maioria vai querer me denunciar e a outra minoria vai dar risada da minha cara pelo drama... mas enfim...

Vamos aos fatos...

Antes, acho que quero dizer porque vou escrever isto aqui... eu preciso transformar em palavras essa minha dor insuportavel dentro de mim. Preciso escreve-la aqui... para talvez ameniza-la.
Não acho bonito o que vou contar aqui, nem acho que isso deverá ser útil para mais ninguem... a não ser a mim, que preciso desesperadamente colocar as ideias no lugar para poder prosseguir em frente. Sinto-me profundamente triste com o que aconteceu e queria poder ter evitado... mas, não fui capaz. Agora resta-me aprender a lidar com isso.

Vamos lá:

Ontem a noite, filho mais velho querendo brincar com água. Pegava brinquedos e chaves do carro e corria para o meu quarto, abria a porta, corria para o banheiro da suite e abria a outra porta, entrava correndo no banheiro, subia agilmente numa cadeirinha ao lado da pia e ligava a torneira numa velocidade incrivel que fazia a água espirrar para todos os lados do banheiro. Ele já sabe que não deve fazer isso porque molha muito o banheiro e fica com a roupinha molhada também. Lembrei-lhe que não estava fazendo certo e disse-lhe que iria "pensar" dois minutinhos na poltrona se não parasse. Ele não parou. Tirei-o de lá, pegando-o no colo. Disse-lhe que poderia brincar com outros brinquedos, mas não com a agua do banheiro. Dei-lhe outros brinquedos na mão. Ele disfarçou um pouco e correu para a portado meu quarto novamente, abriu-a, correu para a porta do banheiro, abriu-a também e correu escalar a cadeirinha ao lado da pia, pegou um copo de plastico e despejou agua dentro dele algumas vezes antes de eu conseguir pronunciar qualquer palavra (ele é um foguetinho, faz tudo rapidinho e ninguem nem vê). Disse-lhe novamente que ele iria "pensar" se não parasse com aquela bagunça toda e ele não parou. Contei até 3 (ele sabe que esta contagem representa a sua última chance de mudar de atitude, antes de leva-lo para "pensar") ao final da contagem, ele não tinha dado nenhum sinal de que estava mudando sua atitude... continuava espirrando agua pelo banheiro e se molhando inteiro. Expliquei: Filho, voce sabe que não pode mexer com agua, que espirra tudo, suja o banheiro e molha voce. Mas como voce não parou de fazer isso quando te pedi, voce vai ter que ir pensar um pouco. Ele nem se mexeu. Peguei-o no colo com calma e levei-o até o lugar de "pensar". Mas o problema aconteceu no meio do caminho...
Carregando meu filhote no colo, ele começou a me chutar, chutou minhas pernas enquanto olhava nos meus olhos fazendo uma careta de quem estava bravo. Uma careta muito feia. Me desafiando e desaprovando o que eu estava fazendo.
(ai ... não tenho nem coragem de contar o que aconteceu depois... rsrsr... mas vou tomar um folego e ja volto para concluir... .... ... meu Deus, me perdoe.)

Eu fiquei brava com ele, coloquei-o para pensar meio de qualquer jeito e ele continuou a me chutar, eu virei a bundinha dele e dei um tapa.
( Gente juro que não estou conseguindo escrever isso.)

Dei as costas e sai.

Deixei ele se acalmar. Eu ainda estava nervosa e não tinha doído meu coração.

Voltei até ele e conversei novamente. De uma forma muito resumida, simples e sincera, eu lhe expliquei que o que ele tinha feito não era legal, que eu o amava muito e que nunca mais eu queria fazer aquilo novamente.

Ele segurou suas lagriminhas infantis e disse tentando fazer as palavras sairem: "Mamãe, não bate minha bumbum... dói."

Alguém aí me condena à cadeira elétricaaaaaaaaaa.

Eu nunca tinha batido nele e achava que nunca bateria.

Ele é meu filho, fruto do meu ventre (enorme e mlengo ainda...rsrsr), o sorriso da minha vida, a força da minha vida, o meu maior professor. E eu me destrocei ao me dar conta do que tinha feito.

Sou super a favor do dialogo com as crianças e do bom senso. Tento pensar como elas, para poder agir justamente. Mas sou humana, profundamente humana. E falhei feio ontem. Eu tinha vontade de arrancar minhas mãos fora...rsrsrs... mas mais doído que isso é conviver com essa dor no meu peito.

Ele me abraçou as pernas onde tinha me chutado, beijou-as e pediu-me desculpas. Tude expontaneamente. Eu não pedi que fizesse isso. Mas também ... depois de levar um tapa na bundinha... ele deve ter se sentido "forçado" a fazer isso, ou... o tapa lhe fez parar com aquele circulo vicioso que é a birra e o fez raciocinar um pouquinho, fazendo-o voltar a ser o menino carinhoso que é de costume.

Passei uma pomada no local do tapa (rsrsrsrsr) e conversamos mais um pouquinho. Ele logo se esqueceu e estávamos brincando felizes no colchão da sala. Quer dizer, ele parecia sinceramente feliz e eu... estava despedaçada por dentro.

Quando deitei a cabeça no travesseiro, chorei sozinha. Triste. Uma coisa ruim. Sem palavras.

Mas ele continuava feliz, sonhando e rindo de olhos fechados em sua caminha...

Certamente pensando qual seria sua proxima sapequisse!

Acredito que educar é amar... e amar é educar. Acredito que educar não se rezume a ensinar a contar os numeros, a escrever, a falar as cores, as formas, etc... Sei que educar vai muito além. Educar é contribuir para a formação de uma pessoinha. É mostrar-lhe que a vida impõem limites, que os outros nem sempre serão tão compreensivos, que a vida nem sempre será só doces e brinquedos. É tão duro. Tão duro. É duro mostrar para um filho que sua atitude não lhe trará benefícios. É duro.
Hoje é uma birra. Amanha pode ser uma briga na rua... eles precisam ser orientados em como expressar seus sentimentos e pensamentos. Como resolver conflitos com os amiguinhos, priminhos, visinhos, etc... E mãe minha gente, tem esse papel. Ajudar, ajudar e ajudar. Orientar, orientar e orientar. Eu acredito nisso. Mas não gosto de violencia. Não gosto de bater e nem de apanhar. E sinceramente não sei como tive coragem de fazer o que fiz. Sinto muito. Acho que qualquer comentario que me deixarem aqui no blog me criticando será mesmo digno de mim. Ou pelo menos de minha atitude de ontem a noite.

Escrevi tudo isso e ainda não me sinto melhor. Achei que amenizaria minha dor... mas ela continua igual aqui dentro. Mas mesmo assim vou deixar este post publicado, porque isso faz parte da minha caminhada como mãe e um dia olharei para este texto e saberei que ele construiu mais um tijolinho na minha tentativa de ser a melhor mãe que posso ser para os meus filhos... porque os erros podem nos levar a melhorias concretas. Estou esperando por isso! rsrr...

Desculpas a mim mesma, aos meus filhos e a voces que sempre me elogiaram tanto como mãe...

naninha

12 comentários:

  1. Oi naninha,
    Isso não te faz em nada uma mãe pior. Todo mundo está sujeito a erros e como seres humanos as vezes perdemos sim a cabeça. Também sou contra toda e qualquer forma de violência, mas quem nunca errou?!?!!? Mais importante de tudo isso é a lição que fica e com certeza depois disso vc se tornará uma pessoa ainda melhor.
    Beijos

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  2. Rsrsr, desculpe mais tive que rir. Me lembrei de um comentário que fiz em uma de suas postagens, que eu queria logo chegar no final pra saber oque tinha acontecido, que deu vontade de ler o final primeiro, lembra?
    Mais não se martire por isso, é tão normal, nossa paciência tem limite e uns tapinhas de vez enquando não vai fazer mal. A Mariana já levou uns 3 tapinhas, mais nem doeu, mais ela percebeu que era errado e nunca mais repetiu a mesma arte, não dá nem 1 minuto e eles estão nos agradando como se nada tivesse acontecido. Relaxa amiga e curta seus lords.
    Beijos e ótimo final de semana.

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  3. Gata, seguinte. Não fique assim...
    Eu sou super a favor das palmadas sim...
    Sabia que bater no filho é bíblico?
    Sim, esta em provérbios: Corrige teu filho com a vara!
    Eu imagino que deve ser doido chegar a esse ponto. Mas ele não vai ser traumatizado por causa disso não...
    Fica assim não.. please!
    Tirste!!! Jamais!!!

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  4. Miga, não se culpe, que nunca deu uma tapinha que atire a primeira pedra, uma vez eu estava mal por ter dado um tapa na bunda da Nathalia e vc me falou muitas coisas que me ajudaram a superar akela tristeza, não tenho o mesmo dom com palavras como vc, mas tenho certeza que seu lindo nem lembra mais disso, relaxa e esqueça o episódio. Vc não deixou de ser uma excelente mãe por causa de um tapinha. Bjs e fica bem tá!

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  5. Deixa eu dar pitaco? Quem não tem filhos sempre quer dar pitaco, não é?
    Eu leio seu blog...não comento porque não tenho filhos, e aí sempre parece que não tenho o que dizer.
    Mas hoje fiquei sensibilizada com o teu sofrimento, e se me permitires gostaria de comentar...
    Na verdade como é possível educar alguém, formar o caráter de uma pessoinha e ensinar a ela que não deve ter determinados comportamentos se agimos da mesma maneira?
    Todas as mães ensinam aos seus filhos que não devem agredir, que não podem bater, que violência gera somente violência e nada mais. Não é mesmo?
    Mas todas as pessoas tem limites, e estas pessoas incluem as mães, que querem o melhor para os seus filhos, mas que como todos os seres humanos tem também o direito de errar.
    E te falo com sinceridade, as mães sempre serão perdoadas por todos os seus erros. Simplesmente porque ninguém amará mais o filho do que a sua própria mãe, são as mães quem nos acolhem, ensinam, educam, e erram também, porque não?
    Mas as crianças são muito inteligentes (principalmente essa nova geração, por que a minha era meio patetinha)e na minha opinião a sinceridade é fundameltal "filho a mamãe perdeu a cabeça e ficou nervosa porque não quer que você fique doente de tanto se molhar, desculpe" E sem dúvida ele irá compreender, como de fato o fez!
    Entendo teu coração de mãe, mas te permite errar, pois ainda errará muitas outras vezes, já que educar um outro ser humano é isso; tentativa e erro, mas acima de tudo muito, muito amor!
    E isso, as mães sempre tem de sobra, e para provar que isso é verdade não divides o teu amor por dois, mas sim o multiplica, não é verdade?
    Um beijo bem grande em ti!

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  6. Ai, Naninha...quer me matar do coração...? Quase pari aqui, mulher..comecei a ler o post e fui sentindo um aperto no coração, pensei que tinha morrido alguém! Calma!!!! Que susto!!!
    Penso como você, sou totalmente contra palmadas, sou a favor do diálogo, a favor dos "castigos" (colocar pra sentar, "cortar" alguma coisa que a criança goste, como TV e videogame, etc) mas não vou cuspir pra cima, não... Espero nunca perder o controle, mas sei que pode acontecer. Sou humana, o dia é longo e cansativo, a gente nunca sabe qual é realmente o nosso limite. E é HUMANO ter limite, né? Ele estava testando o seu limite. Ele fez de tudo pra chamar sua atenção, pra te cutucar. Acabou conseguindo! Não pire por causa disso, mulher! Um tapinha assim, como você contou, não vai marcar seu filho de jeito nenhum. Sou contra, te falei, mas pelo jeito que você contou a história, é capaz desse tapinha "marcar" seu filho de um jeito bom. Por que não foi surra, não foi violência, foi mesmo um ser humano (seu filho) testando outro (você). Quem sabe não foi bom? Por que se por um lado os pais precisam dar o exemplo, por outro lado é bom também mostrar que pai e mãe não são perfeitos, também são seres humanos, também têm limites, precisam ser respeitados, não pode deitar e rolar em cima de pai e mãe assim...
    Não fica triste, não! Encara isso como aprendizado pra você e pra ele. E lembre-se: você não está só. Se você for pra cadeira elétrica, eu vou junto, pois xinguei meu bebê de FDP ainda na barriga kkkkk
    Beijo
    Bom fim de semana!

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  7. amiga querida, sabe que nos duas sempre falamos a verdade uma com a outra ne?
    entao vamos la:
    amiga, imagino o que vc esta sentindo.
    vou te dar a minha opiniao,claro que daqui a 2 anos posso ate mudar de ideia, mais nesse momento eu penço assim:
    dar uns tapinhas é necessario de vez enquando.
    sei que nao é a melhor forma de educar, mais foi necessario.
    pode ver que ele parou. e da proxima vez ele vai parar antes de voce contar ate 3.
    claro que nao devemos bater por qualquer coisinha, mais foi necessario. se nao ele nao ia parar, e voce ia perder totalmente o respeito com ele.
    mais amiga, estou falando com sentimentos de uma mae de um bebe de 5 meses. eu ainda nao sei como vou agir diante de uma situaçao dessas.
    entao, nao leve tao a serio o que estou falando.
    so to dando pitaco aqui!
    espero que passe essa engustia logo.
    adoro vc e quero te ver pra cima viu?
    recebeu meu email?
    bjo grande amore e fique bem..bjo no samuel e no mauel

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  8. Oi! Estou ocmentando aqui pela primeira vez e devo confessar que dei boas risadas....

    Com certeza esse tapinha doeu mais em vc do que nele, e vc não é uma mãe má por ter feito isso!

    bjs

    Dri

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  9. meu comentario nao coube aqui,entao postei no meublog hahahha bjs

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  10. Olá nunca escreve no seu blog, mas sempre passo por aqui...
    Mas, esse assunto me interessou.
    Fiquei pensando qnd etsava lenod o que vc escrevia. Vc acha que disciplinar seu filho naõ pe um ato de amor?!
    Pra mimm, minha opinião. Quer dizer o que Deus manda, apenas obedeco.
    Criança precisa ser disciplinada sim, precsia levar umas "varinhas" no bumbum, pq nem sempre uma conversar com eles resolvem.
    Deus fala. "Quem ama disciplina"
    E seu filho naõ deixou de te amar pq vc fez isso, se vc disciplinou pq ele mereceu, e o que eel fez com vc teria que ganhar sim alguns tapas. Me desculpe por intrrometer. Eu tenho um filho de 4anos, sempre explico pra ele que tem que me obedecer na primeria vez, se naõ acontecer levar sim o "chico" dele. Se ele fica com raiva de mim? De forma alguma. Pq eu entro pro quarto com ele, converso a respeito do que ele fez e depois dou o "chico" apenas no bumbum que bato e não faço isso na frente de ninguém. Depois que dou o "chico" dele oramos, ele me abraça, beija. Mostro pra ele que ganhou o chico para ficar com o coração bem, feliz. Ele sai do quarto vc nem diz que ele aapanhou.
    Eu tb achava que nunca ia bater no meu filho, mas vejo que a criança necessita disso de ser disciplinado.
    É claro que naõ cocnordo aquelas mães que bate em qualquer lugar e por qulaquer motivos em seus filhos, pois assim eles se revoltam contra a mãe.
    Meu filho tem norção disso, que qnd ele faz uma coisa errada ele fala..."Mamãe meu coração estah 'sujo' eu desobedeci a senhora.' dependendo do que ele fez leva sim "chico"...

    O que quero dizer pra vc, que naõ fez nada de errado, vc estah certa, vc amou tanto seu filho que precisou disciplina-ló, fique bem amiga, não chores, eu tb fico triste as vezes qndo vou disciplinar mas sei que preciso faezr isso pro bem dele.....


    Deus abençoe sua vida grandemente....

    Bjs


    Larissa Marques

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  11. Naninha, não sei o que dizer... juro que não sei!
    Sabe, já perdi sim a paciência com as meninas e já dei uns tapas, uma vez aconteceu com a Letícia e foi tão intenso para mim, que cai de cama, passei muito mal pelo que fiz, foi um fim de semana inteiro chorando e o pior, ela me pedia desculpas por ter me feito chegar aquele ponto, como doia. Eu sinto muito quando chego a esse ponto (que são rarissimas vezes), mas não sou perfeita, tenho só 19 anos e assumo todos os dias uma responsabilidade que não é minha, faço isso com muito amor e agradeço muito a Deus por tê-las, assim como peço perdão quando erro com elas, mas elas sabem, que dou o meu melhor e peço desculpas quando erro, explico que sou jovem, que sou humana e que muitas vezes não sei o que fazer.
    Quando eu tinha 3 anos, minha mãe me bateu, mas não foi só um tapinha, me bateu de cinta e esperou que eu chorasse, como não chorei, continuou me batendo até cansar. Hoje, 16 anos depois, não me lembro de um único pedaço dessa surra e olha que tenho uma memória de elefante, mas ela me pede perdão até hoje. Se fiz ou não novamente o que a havia irritado tanto, eu não sei, mas sei que isso a tornou uma mãe melhor, pq reconheceu seu erro. Tenho certeza de que seu filho, assim como eu, não se lembrará desse tapa, pq com certeza, doeu mais em ti do que nele.
    Beijos carinhosos!

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  12. Jesuuus! Menina, desculpa! Só deixo "posts" aqui no seu blog... juro que um dia aprendo a sintetizar!
    Beijo!

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