domingo, 13 de dezembro de 2009

Cabelinhos brancos na luz da manhã

Acredito que meu desejo por ter um cão tenha vindo da minha mais tenra idade...

Quando eu tinha por volta de uns 5 ou seis anos.

Eu tinha uma "irmãzinha" mais nova, mas a diferença de idade era apenas de um ano e isso não me permitia faze-la de "meu nenem". Ela era grande para isso... quase do meu tamanho.

Eu implorava para minha mãe um irmãozinho e me imaginava embrulhando o pobre bebezinho numa das minhas cobertinhas de boneca...

Minha mãe nunca me deu este bebe... só tenho uma irmã.

Mas... a vida demora um tempo razoavelmente bom para nos dar o que realmente desejamos.

Depois entendi que não iria rolar mesmo um irmãozinho naquela altura do campeonato e então descobri que um cãozinho poderia muuuuito bem fazer as vezes de um irmão mais novo.

Desejamos e imploramos em coro aos meus pais durantes anos... mas "não dá meninas, moramos em apartamento e cachorros precisam de espaço e eles fazem muita sujeira".

Eu desejava um amigão, babão, destrambelhado, carinhoso e lindo... melhor do que todos os meus ursinhos de pelucia, que, por maior que tenha sido minhas imaginações infantis, eu sempre me cansava de visualizar movimento onde só havia um bicho de mentira sorrindo parado para mim.

Passaram-se anos. Muitos.

Cresci (nem tanto!), me casei, mudei-me para uma casa. Prontoooo!!!!

Eu poderia ter um cachorro!!!!

Iupiiiii

Mas....

Pera...

A casa não era minha!

Era do meu sogro...

Eu MORAVA com eles...

rsrsrsrs

E a decisão de um novo cão naquele lar não cabia a mim.

Não pude pedir.

Mas Deus tem seus modos de sorrir para nós.

E naquele momento eu ainda era uma menina, ajoelhada do lado da cama implorando por um cãozinho-irmão.

No fim de uma manhã fria, jogado do lado da porta da casa de meus sogros, havia uma coisinha de pelos pretos, que meu marido de olhos de aguia viu logo exclamando: "Amor, olha o que tem do lado da porta da casa!"

Eu vi uns pelos pretos encolhidos e tremendo de frio...

Aiii... não acreditei.

O cãozinho tinha vindo parar na porta da minha casa! Eu não acredtitoooo!!! "É meu" -eu disse- "É meuuuu... não sai mais desta casa... é meu!"

Mas não era né? Nem a casa era minha.

Eu levei a linda cadelinha ao veterinário. Cheia de pulgas...

Comprei casinha e dei vacinas ... tudo isso aconteceu antes de completar duas horas que eu a tinha visto na soleira da porta de entrada da casa.

Eu tinha seus remédios, seu paninho e já a amava com devoção.

Mas meu sogro que estava viajando, chegou e deu de cara com um filhote de vira lata preto, magrelo e com promessa de ficar gigante na fase adulta.

Ele me mandou dar a cachorra o mais rapido possivel.

Eu a levei ao jardim e abraçando-a, como aquela garotinha ao lado da cama, olhei literalmente aos céus e perguntei porque Deus havia feito tal malvadeza comigo... porque Ele permitiria que uma cadleinha viesse parar na porta de "minha" casa se eu não poderia ficar com ela... Ele sabiaaa que eu implorava por um cachorrinho a vida inteira até aquele momento.

Enquanto eu orava aos prantos no jardim da casa de meus sogros, minha sogra chamou o marido num canto e olhou para ele seriamente... ele não resistiu ao seu olhar e soltou a frase: "aafff... ela ficou tão chateadinha... mas não dá pra ficar com um cachorro tão grande ... teriamos que fazer um canil e tals... se pelo menos fosse um cachorrinho de porte pequeno...."

Minha sogra me chamou gritando lá da cozinha...

Eu olhei para a cadelinha e pensei "O que mais eu fiz agora para me gritarem deste jeito? Já não basta eu chorar pelo doce que me colocaram na boca e me tiraram antes mesmo de eu sentir de fato o gosto???"

Larguei a cadelinha preta no chão da garagem e entrei enxugando as lagrimas.

A sogrona disse ao marido: "Fala agora o que voce me disse! Fala! Fala na frente dela!"

Ele olhou para mim com seus olhinhos espremidos, barba no rosto, olhar incrivel, de gente doce e adulta e se calou, engolindo as palavras. Ele não queria dize-las...

rsrsrs

E eu parada na frente dele, só pensava na cadelinha lá na garagem.

Ele falou meio sussurando : "Se fosse um cachorrinho pequeno, eu aceitaria que morasse aqui."

"Hummm???"

Não entendi a frase.

Ele explicou: "Se voce arranjar um dono rápido para essa cachorrona preta, eu deixo voce comprar uma cadelinha para voce. Mas escuta, ela precisa ser femea, para não cruzar com a minha cadela e precisa ser poodle, porque não tneho alergia ao pelo de poodle"

Eu caí no chão, meio ajoelhada e chorei... uma cena mesmo... tipo novela mexicana.

(Essa cena já havia acontecido uma outra vez na minha vida, quando eu tocava bateria e estava tocando numa coisa remendada e terrivel que nem sei como alguem tinha coragem de chamar de "bateria". Uma noite, depois de tocar com minha pseudo banda, eu me recolhi no quarto e chorei para Deus, como um filho que chora por um presente que sabe que não merece, mas que queria muuuito. Eu lhe dizia, "quero fazer o melhor, Meu Deus e nessa b... de bateria não consigo fazer direito. O senhor merece mais. Me dá uma bateira linda e novinha!?" Na manha seguinte um cara me chamou meio serio querendo falar comigo. Eu fui me cagando de medo "o que será que eu fiz agora?" Ele me disse para entrar num salão. Eu entrei, ele me disse bravo: Voce anda reclamando desta bateria? Anda? Esta reclamando dela? Esta? ... Então olha essa e ve se essa tá boa pra voce." Eu me virei e, "gentes", tinha uma bateria linda, vermelho- ferrari toda desmontadinha... linda, sem nenhum risco, me esperando... Eu juro. Caí ajoelhada chorando pela primeira vez na minha novela mexicana dos choros e agradeci a Deus essa coisa toda. Eles me deixaram a sós com a bateria. Eu a montei, peça por peça.. toda linda... toda novinha... nada rangia em seus parafusos, nada vibrava fora de hora... parecia ter cheiro de nova - mas não tinha. Bom.. vamos voltar ao assunto da cadelinha?)

Meu marido me abraçou durante a minha "queda" rumo ao Oscar de melodrama e eu chorei aliviada e feliz.

Na manha seguinte acordei as 5 da manha para passar remedio na cachorirnha, como de costume naqueles ultimos dias, mas... ela não estava em sua casinha... nem seu remedinho.. nem seu paninho. "Roubaram minha cadelinha vira- lata"- eu disse ao acordar meu marido.

Ele me mandou ficar calma e fomos perguntar aos "suspeitos"...

"Sogrão, cade a cadela, p...???"

Aaaa... Ummmmm.... O que???


Afff... perguntou "o que??" para ganhar tempo e formular uma resposta... affff... eu te pego sogrão.

Ele estava zonzo de sono e não estava entendendo as perguntas...

Mas acordou...

E explicou...

Uma visinha havia ouvido toda a historia e queria que déssemos a cadela a ela que iria leva-la a um sitio. Ela falou com meu sogro, que resolveu doa-la na memsa hora, sem ao menos me avisar. "Estva tarde e não quis te acordar" ... Aiii ta bom... mas eu assutei ne?

Naquela hora da manhã (umas 5:30 ou 6:00 da manhã) eu comecei a procurar uma cadelinha a venda nos jornais.

Meu tio sempre teve cães e me ensinou o pouco que eu sei. "Devemos perguntar sobre os pais do cão a venda, devemos saber se estao vacinados, vermifugados, devemos pedir detalhes sobre a personalidade deles e sempre, sempre, sempre que se aproximar de um cão desconhecido, devemos apresentar a costa da mão para ele cheirar primeiro... assim ele entende que estamos nos apresentando e não estamos tentando bater nele e fica mais dificil de sermos mordidos
assim."

Eu fiz varias perguntas e teve uma que me conquistou. Muito. Os pais da cadela a venda eram leais, nunca haviam machucado ninguem, e a cadelinha mamãe tinha as tetinhas todas sangrando, pois apesar de doer muito, ela não queria parar de amamentar...

Amei ne?!

Fiz o marido me levar numa quebrada, depois das 11 da noite (quando ele chegou do serviço) e chegamos no local.

Um lar feliz.

Com cãezinhos brancos e peludos cheirando a leite.

Ele me mostrou a mãe dos bebes... linda... gentil... carinhosa... delicada... uma coisinha!

Então vieram os bebes... Só havia uma femea e um macho.

A femea era branca com as orelhinhas amarronzadas.

Foi ao colo do meu marido e se enrolou no casaco dele. Ele deu o cheque para a dona dos cães e a cadelinha foi dormindo o tempo todo enrolada no casaco do marido.

Ela era tão meiga.

Delicada.

Não desceu da casinha dela durante toda a noite, com medo do degrauzinho...

Eu vi aquela bolinha de pelo brnaco e cacheadinho crescer...

No começo cheirava filhotinho... doce e suave.

Eu amava ver seu pelo no sol da manha no jardim da casa... ela parecia uma pintura fofa na luz da manhã.

Meu marido escolheu o nome : "Preta".

Ela é branca...

a Preta mais branca que todos já viram!

Eu cantava para ela "Preta, Preta, Pretinhaaa" e ela vinha rebolando seu rabinho de criança para mim...

Todo dia numa determinada hora, eu deixava tudo de lado e dizia "agora vou educar minha cachorrinha", eu ficava lá fora com ela, a chamava para o meu colo, passava a mão sobre ela e dizia "voce só recebe amor e só amor deve dar a todos, o mundo precisa de mais amor..."
Ela se aninhava e muitas vezes dormia.
Algumas me fitava os olhos com aquele olhar castanho mel na luz do sol e juro que ela nunca precisou de palavras para me dizer algo. Ela sabia conversar comigo com aquele olhar de cachorro.

Eu sabia o que ela precisava, queria e sentia. Ela me falava tudo com seu olhar certeiro.

Eu a entendia.

Todas as viagens que fizemos (tirando as que fomos a praia), ela foi conosco.. passava mais de nove horas dentro de um carro sem reclamar e sem aprontar... não vomitava, nem achava ruim. Se ela tivesse um colo para dormir, ela estava feliz.

Um dia viajando para longe, ela acordou de seu soninho e me olhou firme nos olhos... eu disse "Mor, pára o carro.. ela precisa fazer xixi". E o xixi que ela fez, assim que paramos o carro, foi gigantescooooo.

Lembro-me de suas orelhas voando sacudidas pelo vento na janela do carro enquanto suas unhas arranhavam minhas pernas. Lembro-me dessas orelhas voarem tambem quando ela corria nos gramados onde a soltávamos nos fins de semana quentes e ensolarados. Junto com essa orelha voadora vinha um sorriso nos labios pretos dela. Uma belezura de se ver.

Ela era obediente. E servia como cão de terapia... mas nunca a inscrevi. Porem não foram raras as vezes em que ela lambeu cuidadosamente pessoas com necessidades especiais, pessoas com problemas preocupando a cabeça, ou o coração. Algumas vezes ela ajudou algumas crianças.

Certa vez eu e ela ajudamos uma garotinha a perder o medo (trauma) de cachorro... fizemos um trabalho em equipe e a menina adotou um cachorro dias depois. A Pretinha me olhava e perguntava o que deveria fazer, eu lhe dizia "fica quietinha Preta, quietinha", quando eu percebia que a menina já estava mais solta, mais confiante, a Preta me olhava novamente e então lhe dava permissão para chegar mais perto, lamber ou pedir colo. Foram muitos minutos, quase uma hora, nesse jogo... eu decifrava a menina, a Preta me perguntava se já podia avançar e eu dava a permissão. Isso curou a menininha. Para sempre.

A Preta fez coisas boas demais... demais... demais... ela realmente aprendeu a lição de só dar amor ao mundo.

Nunca mordeu ninguem. E estamos falando de uma poodle!

Nem mesmo meu filho mais velho que a puxava pelas orelhar com vontade de esganicar ela de tão fofinha... ela apenas chorava e olhava com suplicas para nós.

Meu filho e ela são um capitulo importante.

Quando engravidei dele, não pude fazer nada... eu passava o dia deitada. E ela... passava o dia deitada do meu lado. Não fazia xixi, não comia, não bebia agua. Quando eu me levantava para ir ao banehiro, ela me seguia e entrava no banheiro comigo. Ela sabia que eu não deveria ficar sozinha. Acho que ela não sabia que não poderia fazer nada no caso de eu passar mal, pois ela agia como se ela fosse minha enfermeira, minha companheira vital. Só largava seu "posto" lá pelas 11 da noite, quando meu marido chegava e ela via que ele estava do meu lado, para me ajudar. Somente ai ela se sentia livre para fazer o que precisava, comer, beber agua e aliviar-se.

Quando chegamos da maternidade, vivemos uma vida linda de familia... a Preta ia com a gente onde nós iamos. Era bebe, malinha, carrinho, cachorra, coleira, agua, documentos... enfim... tudo!
Vivemos cenas lindas do meu primeiro filho junto com a Pretinha. Era uma delicia e eu nunca pensei em me desfazer dela por todo essse tempo. Foram mais de dois anos com o bebe e a cachorrinha. Mas ela chegou bem antes. Em 2003. E nós aproveitamos a presença dela para ensinar ao bebe noções de cuidado, carinho e de respeito. Nunca aceitamos agressões.

Eu lembro de seu cheiro do lado do sofá durante toda a gravidez. E ela tinha um cheiro tão bom. Doce e suave. Eu sempre amei cheira-la... eu sei que parece nojento. Mas era um cheirinho doce e suave, gostoso mesmo.

Ela fez parte da minha gravidez e antes de eu engravidar, quando eu já estava a ponto de enlouquecer se nõa conseguisse um bebe, lembro-me de coloca-la dentro de minha blusa, na altura da barriga, só para visualizar como seria minha barriga. No meio desta cena patetica eu me desesperei e orei "Meu Deus, me dá um filho logo, antes que eu enlouqueça!"rsrsr

Lembro-me de como era macio ao toque e ao coração passar a mão no pelo da cabecinha dela.

Lembro-me de sua barriguinha rosa. E de suas orelhas voadoras.

Lembro-me de como curou pessoas que chegavam em minha casa de um jeito e saiam totalmente diferentes.

Lembro-me de sua coleira, com um papelzinho dentro, onde estava escrito seu nome, sua raça, meu telefone e meu endereço. Lembro-me que ela tentava deitar ao lado da minha barriga no sofá durante a gravidez e já não cabia nele e acabava caindo no chão.

Lembro-me de seu desespero ao ouvir um bichinho de borracha que fazia barulho quando apertavamos, parecia que ela pensava que era o choro de uma criatura pequenina... como se fosse o choro de um filhote seu.

Lembro-me que nunca passou pela minha cabeça doa-la por conta da gravidez. Ela era a irmã do meu filho. Ela era a minha irmã-bebe que sempre pedi, a qual eu enchi de roupinhas, cobertinhas, caminhas, carinho e acreditei ter feito um mundo melhor por ter deixado que ela interagisse com as pessoas.

Eu fui feliz com ela. Me realizei com ela. Senti seu pelo suave e sedoso. Ouvi seu coraçãozinho, entendi suas palavras olhadas, senti o cheiro de suas orelhas sujas, lavei-a muitas vezes, tomamamos chuvas outras tantas, ensnei-a a cuidar de meu primeiro filho. Ela não saia de perto dele e nunca deixava gente estranha tocar nele na rua.

Eu passeava com ela e com o carrinho de bebe todos os dias pelo meu bairro.

Ela ia na coleira, amarrada no carrinho e eu empurrava o carrinho... ela nunca gostou muito disso. Ela detestava e tinha medo quando não sentia nosso pulso firme segurando a coleira, o movimento do carinho a confundia. Mas sobrevivemos.

Este ano nos mudamos para cá. Nova cidade, um apartamento apertado, um bebe nos braços e outro na barriga, um marido estressado com atividades enormesss e ela já não podia correr ao sol, nem tinhamos tmepo para isso... ela já não ficava solta pela casa, pois quando comia algo do chao vomitava e ficava fraca, passear com ela era uma obrigaçao que não cabia em nossa rotina, mas a enfiavamos de alguma forma em nossos afazeres... mas estava sacrificado... para todos nós.

E eu sabia que ficaria ainda mais... pois tinha um segundo bebe chegando e eu precisava de tmepo para ser mãe dele também.

Minha ajudante veio um dia e elogiou a cadelinha... meu marido devolveu o elogio com a pergunta "quer pra voce?"

Ela disse que a sobrinha dela que tinha 9 anos estava doente, implorando por uma cachorrinha (eu sei bem o que é isso) e que eles moravam numa casa rescem construida, linda, com gramado, quintal coberto, tudo novo e esperando uma cachorrinha.

A minha Preta sempre foi especalmente especial com as crianças.

E eu sabia que ela precisava ir.

Eu não estava mais dando conta.

Ningeum estava.

Nem ela.

Eu chorei a tarde toda do dia em que a foram buscar.

No fim da tarde o interfone tocou e eu olhei para ela pela ultima vez.

Pedi-lhe desculpas e agradeci por tudo.

Ao abrir a porta para uma de suas novas donas (a avó da menina de 9 anos), a Preta pulou em seu colo e não quis mais o meu. Lambeu-lhe o nariz o tempo todo. E quando finalmente entrou no carro, ela não olhou para mim, olhou para frente e saracuteou o seu corpinho feliz dentro do carro, como quem diz "oba, passeio!"

Ela me conhece. Sabe que eu entendo todos os seus olhares e até a ausencia dele. Entendo que ela tenha me dito: "Eu estou feliz, vá seguir teu caminho que eu vou seguir o meu."

Tive noticias de que está sendo tratada como uma princesa, como uma cachorrinha- irmãzinha-bebe. A menininha está tendo tudo que eu senpre implorei para ter quando tinha a dade dela! A menina lhe veste roupinhas, a leva ao petshop, a enche de coisinhas coloridinhas, soube tambem que ela engordou e não vomita mais.
Dizem que está feliz.
E eu creio que sim, pois ela era uma cachorrinha especial demais e sei que a vida costuma ser justa com quem é do bem. Eu sei.

Neste exato momento entendo que pude dar a Preta um lar mais espaçoso, com uma rotina que não incluia xixi uma ou duas vezes ao dia apenas, pude dar a ela tudo que ela precisava para ser ainda mais feliz :um espaço, uma grama e uma criança que a ama. Entendo tambem que pude dar a menina tudo que um dia eu implorei para ter e nunca tive. Além disso, pude dar a mim o tempo a mais do qual eu precisava para parir e viver o pos parto com calma e alegria, como foi.

Eu sempre lhe prometi uma casa maior e um gramado grande e eu terminava minha promessa com a frase: "voce merece isso, minha Pretinha". Só não imaginava que eu não estava inclusa neste gramado grande... nem nessa casa maior... mas tudo bem... acho que a promesa foi cumprida.

Eu vi o carro indo embora naquele final de tarde que nos separou para sempre (sempre?) e ao entrar no elevador me veio de subto uma frase ao coração: "Pronto! Agora voce fez tudo que faltava para a minha chegada, mamãe."
Olhei no espelho do elevador e vi minha barriga gigante, linda e meu rosto iluminado e soube naquele momento que havia feito a coisa certa. Embora quase todos não tenham entendido assim.

Sofro com isso. Mas sinto paz ao lembrar que os (realmente) envolvidos nesta historia estão felizes seguindo seus novos caminhos. E isso é o que me importa. A opinião dos que estiveram realmente envolvdos nisso tudo. E isso eu tenho: a certeza de que (embora não seja nada muito etico, nem romantico) doar a Pretinha foi a coisa mais certa que eu deveria ter feito.

Um dia ainda vou apresenta-la ao meu bebe mais novo... só não fiz isso porque não tenho certeza se isso fará bem para ela, a Pretinha da minha vida.Será que será bom para ela nos ver novamente? Como ela iria reagir? Nào sei ao certo... mas se um dia eu acreditar que vale a pena (para ela, pois para mim certamente valeria) eu irei visita-la, abraça-la e fecharei os meus olhos e enfiarei meu nariz em seu corpinho e sentirei seu cheirinho doce e suave... espero que ele ainda a acompanhe.

Obrigada Preta! Eu te amo... "deliciiia"!

16 comentários:

  1. Também tive um cachorrinho assim... Agora enfrento a situação do bebezinho prestes a chegar em uma casa/apartamento com duas gatinhas. Uma manhosa e outra mega bagunceira. Não me passou nem por um minuto entregá-las, mas sei que será muito difícil. Não tem problema, enfrentarei numa boa. Mesmo pq, elas não precisam de passeios, nem de visitas ao pet shop semanais...

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  2. Naninha,
    menina, me fez até chorar!!! Linda sua história!
    Beijos

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  3. nossa, amei demais esse post. eu tenho o meu bebêzinho cachorro em casa tb e ele é meu filho, parte importantíssima da minha vida. Já passei dificuldades com ele, mas se deus quiser, não terei que deixa-lo ir nunca!

    mesmo assim, acho que vc fez o certo: ser mãe (mesmo de um cachorrinho) é isso, é escolher o que é melhor pro filho, mesmo que vc mesma sofra.

    parabéns pela força! e um beijão na pretinha!

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  4. Estou com os olhos cheios de lágrimas...imagino o quanto tenha sido difícil a separação... mas não tenho a menor dúvida que vc fez a coisa certa!!! Bjs!!!!

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  5. fez eu chorar! vc 'e escritora de livros ne nao?
    acho que 'e hem!
    hoo do da preta. vc fez certo mesmo, mais que da do. da.
    acho que vc deveria ir vela. amigos, grandes amigos sentem saudades. acho sim, que vc deveria ir vela.
    so pra matar a saudade, so pra dizer pra ela que vc tem saudade dela.
    que que tem?cachorros tem sentimentos, e vc sabe disso.
    hoo amiga, tadinha de vc sem cachorro na infancia. se eu for te contar minha historia, vai ver que quase nao tive infancia.minhas lembrancas nao sao boas.
    por isso quero deixar o joao ter tudo o que uma crianca merece. ter amigos, dar a xupeta pro papai noel, colocar o dentinho debaixo do travesseiro(quando era pequena e meu dente caiu, perguntei pra minha mae que dia que eu teria que colocar o dente debaixo do travesseiro, e ela respondeu: hoo menina, deixa de ser boba, tem nada disso nao. joga esse dente em cima do telhado!) :(
    ta vendo.... quero que o joao, tenha fantasias.
    aii da ate vontade de chorar!
    mais deixa pra la...
    vamos falar agora do meu coco:
    nooosssa amiga, o negocio tava tao serio, que eu tava querendo ir no medico!
    aff ainda bem que usei o fuguetinho, e..
    caguei! kkkkk (adooorrooo falar bobeira1)
    mudando de assunto de novo:
    ja pensou em escrever um livro?????
    amoooo vc, e vc me emociona, queria te conhecer pessoalmente. bjoo

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  6. eita que esse comentario ficou tao grande... parece ate um dos post da naninha!
    kkkkkkkkk

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  7. Naninha que coisa mas linda..ate parece historia da mae que descobriiu que ta gravida...meu blog pode ate ser lindo mas nao e tao bem ecritoo como o seu.rrsrsr
    se vc quize te passo sites de layouts...e vc muda e facil facil.
    MAS voltando ao assunto..meu deus do ceu..eu lendo seu post e me lembrando de um cachorro que eu tive...bace chamava chiquinho e o amava tanto mas tanto.ele era meu parcero ia passea na rua com ele..andava de bike carro ia no rio....ficava doente qdo ele ficava..ate que um dia meu cachorro foi ficando fraco fraco...e com unhas gdes...pelo caiu...ai meu deus sua panca incho meu Lino salsicha tava com leishimaniose...aiiiia
    Meu mundo caiu...ele era educado so sai qdo pedia licenca...e ficava com as patas debrucado na porta da cozinha..
    Lembro me ate hj eu chegando da escola e minha mae dizendo:Filha vai ter que sacrificar o Chico...AI MEU MUNDO CAIU/.....chorei fiz escandolo e td mas....
    No dia que a prefeitura veio busca lo...Eu que entregei ele..e eu seni que naquele momento ele dizia nao quero ih to indo p morte...e uma lagrima escorreu no seu doce rosto...

    AII e hjj nao tenho mas caozinho pois morro de medo de ter eh morrer....


    Bjokas em vcs..
    ahhh ja to adorando aquiiii

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  8. Lindo o post, me fez lembrar minha infância e quando tive meu primeiro cachorrinho, fez lembrar também um livro que eu li... Marley e eu, já leu? você escreve muito bem menina, parabéns!!! bjos querida!

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  9. Queria saber quem se esconde através de tão doces palavras, te imagino com um olhar tão sereno, amiga, que vontade de ver seu rosto!
    Chorei com esse post, lindo demais, ao mesmo tempo que me deixa com o coração miúdo, miúdo!
    Sempre tive bebês-cachorros, graças a Deus, meus pais nunca me negaram tê-los, mas já tive grandes perdas com isso. O primeiro, se chamava Zelão e meu tio o ganhou de um policial, era treinado e me trazia de volta pra casa todas as vezes que eu fugia, um amigo como poucos, era imenso! Se foi quando eu tinha 7 anos! Aos 8, depois de muito chorar, meu pai nos deu um poodle, lindo, dourado, mas muito genioso! Gostava de correr na chuva, ficou doente do ouvido e morreu por conta disso, eu já tinha 16 anos, foi muito triste perder meu Scooby! Um pouco antes disso, eu tinha ganho o Billy, um poodle de porte menor, branquinho, que correu pro meu colo na primeira vez que me abaixei para ver as crias, o escolhi na hora! Billy já tá com 4 anos, dócil, lindo e carinhoso, adora as crianças... e não imagino a vida sem ele mais, sem contar que é um companheirão do meu pai para ver tv!
    A Lívia ama bichinhos, ela pede pra minha mãe sempre um filhote pretinho, pq já temos o Billy que é branquinho, mas nossa casa não é grande e minha mãe não quer outro cachorro agora.
    Ai, flor, chorei muito com seu post e contando dos meus cachorros-bebês.
    Beijos!

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  10. Ai Má, ops, Naninha, rsrsrsrs, me lembro bem do dia que vc me disse que ia ter que dar cachorrinha, mais ainda bem que ela está feliz e sendo bem tratada, agora a novela mexicana foi demais, rsrsrsrs, morri de rir.
    Beijos e fique com Deus.

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  11. Ele era mesmo muito especial, uma pena que não tenho nenhuma foto dele. Minha mãe diz que ele garantia um pouco mais de tranquilidade pra ela, pq ele me cuidava mesmo, era um cachorro especial e nunca me deixava ir muito longe ou estranhos se aproximarem de mim. Nossa, que saudade!

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  12. vc esta certissima!
    sei que vc nao tem idade pra ser minh mae...
    mais eu queria ser sua filha. minha mae foi tao ausente...tao ausente..
    aff, um dia te conto!
    bjaooo

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  13. A Nathalia também sempre sonhou com uma cadelinha e agora tem a Luna, uma vira-lata fofissima que brinca um monte com ela. Fiquei feliz por proporcionar essa felicidade pra ela.
    Que peninha que teve que abrir mão da pretinha, deve ter sido muuuuuito doloroso.
    Bjs flor e tenha uma linda semana!

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  14. Nooosssa ... Mto linda a sua historia ... Vc me fez chorar Rs Eu tmb amoo cachorros!
    Bjos

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  15. to emocionada com seu post e ao mesmo tempo morrendo de rir..sabe pq?

    ja li muitas amigas dizendo o quanto seua post são enoorrmes. naum acreditava.. mas quando entrei aqui fiquei boca aberta..kkk mas todos lindos.

    linda sua história...parabéns mesmo vou acompanhar seu blog..passa la ra ve a Duda.

    bjo

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  16. Oi Naninha minha amiga amada!
    Vem morar aqui no sul vem??!!
    Que lindo post, os animais são mais do que nossos irmãos, são presentes de Deus para os seres humanos!
    Não tenho dúvidas de que a preta compartilha e sente todo esse amor, vocês apenas se ausentaram uma da outra, mas construíram uma amizade que nada vai ser capaz de separar!!
    Um grande abraço!!!

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